Estréia hoje, 23 de abril, o grande espetáculo de balé montado pelo Centro Cultural Teatro Guaíra: Romeu e Julieta. Nesta data, cumprem-se 444 anos do nascimento de William Shakespeare, o maior dramaturgo da história, e 117 anos do nascimento de Sergei Prokofiev, um dos maiores compositores russos de todos os tempos. Coincidentemente reverencia-se também os 492 anos da morte de Shakespeare, falecido no dia do seu 52º aniversário. O Balé Teatro Guaíra e a Orquestra Sinfônica do Paraná fazem a primeira apresentação da obra nesta quarta-feira, homenageando os dois grandes nomes.
O drama de Shakespeare, que ficou conhecido como sinônimo de amor através dos séculos, teve toda sua magia transposta para a música por Prokofiev, que criou uma obra que tem percorrido o mundo na interpretação das mais importantes companhias de dança, alcançando os mais calorosos aplausos das mais variadas platéias. Romeu e Julieta é a primeira tragédia escrita por Shakespeare e é a história de amor por excelência. A história é construída sobre uma gama fantástica de sentimentos: o amor, a rivalidade, o destino e a morte são seus principais elementos, que Prokofiev conseguiu traduzir magistralmente em música. Apesar de ser considerada verídica, tendo acontecido no início do século XIV, a tragédia de Romeu e Julieta é um tema bastante antigo, encontrando-se em obras da literatura grega história semelhante. Matteo Bandello, um escritor italiano do século XVI, que baseava seus temas em textos antigos, adaptou a história que foi traduzida para o francês por Pierre de Boisteau de Launay e posteriormente transposta para a língua inglesa por Artur Brooke, com o título de Tragical History of Romeo and Juliet, publicada em 1562. É nesta versão que Shakespeare vai buscar inspiração para sua história que se tornou uma das mais famosas do mundo.
Em 1935 Sergei Prokofiev compôs a primeira versão do balé Romeu e Julieta, por encomenda feita pelo famoso Teatro Kirov de Leningrado em 1934. O compositor observou fidelidade total ao argumento de Shakespeare, o que desagradou à direção do Teatro. A duração de três horas da obra e o fato de Prokofiev negar-se a compor uma música nos moldes tradicionais e a dar à história um “final feliz”, fez com que o Kirov recusasse o balé. O Balé Bolshoi interessou-se pela obra que, posteriormente, considerou-a “indançável”. A obra estreou somente em 1938 com o o Ballet de Brno. O espetáculo foi montado por seu Diretor Artístico, I. V. Psota, que também dançou o papel de Romeu, tendo a bailarina Zora Semberova interpretado Julieta. A estréia foi um absoluto sucesso, fazendo com que o Ballet Kirov e o Ballet Bolshoi o incluíssem em seus repertórios posteriormente.
A montagem do Teatro Guaíra apresenta uma concepção original do coreógrafo Luis Fernando Bongiovanni, que se caracteriza por afastar-se do tradicional e apresentar elementos que permitam ao público identificar a história com o seu cotidiano.
As concepções de cenários, figurinos e iluminação acompanham a proposta e se traduzem num cenário versátil, concebido por Carlos Kur e Cleverson Cavalheiro, que apesar de constituído por duas toneladas de ferro é manipulado facilmente pelos bailarinos em cena, graças a engenharia da equipe técnica do Guaíra; os figurinos de Paulinho Maia, ricamente confeccionados, não seguem estilo ou época, sendo alguns concebidos propositadamente com uma mistura de elementos capaz de transmitir ao espectador uma mensagem para além do significado do personagem que o veste; a iluminação, também da dupla Carlos Kur e Cleverson Cavalheiro, é extremamente sofisticada e se utiliza, além de uma quantidade considerável de equipamentos, de climas capazes de emprestarem a cada cena vários significados.
A montagem do Teatro Guaíra apresenta uma concepção original do coreógrafo Luis Fernando Bongiovanni, que se caracteriza por afastar-se do tradicional e apresentar elementos que permitam ao público identificar a história com o seu cotidiano.
As concepções de cenários, figurinos e iluminação acompanham a proposta e se traduzem num cenário versátil, concebido por Carlos Kur e Cleverson Cavalheiro, que apesar de constituído por duas toneladas de ferro é manipulado facilmente pelos bailarinos em cena, graças a engenharia da equipe técnica do Guaíra; os figurinos de Paulinho Maia, ricamente confeccionados, não seguem estilo ou época, sendo alguns concebidos propositadamente com uma mistura de elementos capaz de transmitir ao espectador uma mensagem para além do significado do personagem que o veste; a iluminação, também da dupla Carlos Kur e Cleverson Cavalheiro, é extremamente sofisticada e se utiliza, além de uma quantidade considerável de equipamentos, de climas capazes de emprestarem a cada cena vários significados.
A obra foi reduzida para aproximadamente uma hora e meia de duração, das cerca de três horas originais, para que o espetáculo ganhasse em dinamismo e atualidade. O maestro italiano Andréa Di Mele, rege as récitas em que participa a Orquestra Sinfônica do Paraná. O regente foi convidado por ser um especialista em Prokofiev. Segundo ele, apesar da grande paixão que tem por toda a obra do compositor, pela grandiosidade de suas sinfonias e concertos, o balé Romeu e Julieta tem como encantamento específico a magia que Prokofiev conseguiu imprimir à música, transmitindo as emoções da peça de Shakespeare, fazendo com através dela possam ser identificadas a paixão, o amor, a rivalidade, a ternura, o ódio e a raiva. Diz ainda que a sonoridade peculiar da Orquestra Sinfônica do Paraná e o fato desta adaptar-se como poucas ao seu gestual contribuem para que se tenha um espetáculo de altíssimo nível. Sem dúvida, o empenho do Balé Teatro Guaíra, da Orquestra Sinfônica do Paraná e a música de Prokofiev, que se harmoniza plenamente com o espírito da obra de Shakespeare na narrativa da tragédia dos jovens de Verona, Romeu e Julieta, que levam seu amor até à morte, fazendo, paradoxalmente, a paz entre Capuletos e Montequios, proporcionarão ao público um espetáculo de excelente qualidade.
Fonte: Site Teatro Guaíra
Fonte: Site Teatro Guaíra
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