quarta-feira, 16 de abril de 2008

Os alquimistas em Romeu e Julieta


A alquimia, arte conhecida desde a idade média, que têm como princípio metafórico a transformação do metal em ouro está presente na obra “Romeu e Julieta”. As mãos habilidosas do figurinista, Paulinho Maia, e dos bordadores, Marcos Mota e Marco Rodrigues, transformam as lantejoulas, pedras, cristais e outros materiais em desenhos, flores, serpentes e dragões, bordados nos figurinos de cada personagem, nas sensações e emoções que a platéia poderá vivenciar.

“Cada figurino representa o caráter do personagem”, diz Marcos Mota. A capa que a sra. Capuleto, a mãe da Julieta irá usar no baile, foi confeccionada em tecido vermelho e bordada com motivos de serpentes, dragões e arabescos, que representam a sua austeridade. E seu vestido dourado, representa o ouro, a ostentação.

Segundo Paulinho Maia, os figurinos seguem uma linha conceitual, não marcam uma época. A mistura de materiais e estilos criam o clima e a emoção das cenas vividas pelos personagens. A riqueza dos detalhes nos figurinos se complementam com o cenário, que juntos irão criar efeitos cênicos capazes de provocar no público emoções diversas. “O teatro é a sensação e o conceito passado para o público. Nesta obra é possível sentir a pureza do amor entre Romeu e Julieta e também a decadência e os falsos valores de uma sociedade”, diz o figurinista.

E assim entre brocados, pedras e lantejoulas, a construção dos figurinos já está na reta final. São aproximadamente 100 figurinos, criados por Paulinho Maia, para atender os 30 bailarinos que estarão no palco, durante 9 dias. Cada um vai usar entre 3 e 4 roupas diferentes durante as encenações.

Além destes a equipe criou inúmeros complementos, ou acessórios como as máscaras, chapéus, saiotes, camisas, meias, pulseiras e outros. São mais de 300 peças ao todo.

Marcos Mota conta que para confeccionar as pulseiras, ele foi fazer um curso específico em bijuterias.
Mesmo após 30 anos de trabalho em costura, Marcos Mota é um entusiasmado e apaixonado pela arte de criar novos modelos. Ele e seu auxiliar Marco Rodrigues, não se cansam com tanto serviço. Mota diz que mesmo depois que as luzes do Teatro se apagam e todos vão para casa descansar, ele continua ali, sozinho, sem hora para sair. Não se importa com o tempo. “Estou adorando este trabalho”, afirma

Um comentário:

Anônimo disse...

Fico até arrepiada quando percebo o capricho, a atenção que uma produção como essa tem. Tudo é de verdade, nada é de papel, descatável.
Parabéns!!!