segunda-feira, 7 de abril de 2008

Adriana Esposito


Nos bastidores do Teatro Guaíra trabalham dezenas de anônimos. São pessoas que colocam todo o seu potencial artístico na montagem dos espetáculos. Muitos trabalhos são vistos pelo público, mas em poucas ocasiões esses trabalhadores são nominados. Entre eles está a artista plástica Adriana Esposito, responsável pelos trabalhos artísticos, como as pinturas do painel e os detalhes de acabamentos dos cenários. Ela está há mais de 10 anos participando de grandes montagens nos palcos do Guaíra.

Nos últimos dias Adriana chega ao palco do Guairão, sem hora para sair, fica nas coxias, ali escondidinha, usa a sua imaginação e criatividade para dar vida e movimento ao material de cenário.

Segundo ela, o mais legal do cenário do Balé Romeu e Julieta, está na forma como a idéia surgiu, foi crescendo e sendo melhorada. “As possibilidades foram se abrindo ao longo do trabalho. O cenário atua o tempo inteiro em conjunto com a iluminação, o que possibilita que surjam diferentes utilidades: em um momento ele é uma parede de pedras, depois vitrais, depois ainda faz um “papel” de cortina”, diz ela com entusiasmo.

Explicando um pouco sobre o fundo do cenário: atrás da cortina preta em tule, fica o cenário clássico (cortina branca) desenhado em forma de arcos, representado a praça onde acontece a trama dos personagens. Estas duas cortinas ou cenários, se completam. Criam a ilusão da época, do tempo e do espaço que o público poderá vivenciar durante as encenações.

Tudo neste bailado está sendo montado em equipe, dessa forma, os cenógrafos, figurinistas, os que montam os acessórios, etc., sempre estão em contato. Isso possibilita que tudo esteja em grande harmonia e atue em conjunto, criando um ambiente para os bailarinos durante todo o espetáculo.

Adriana fala com emoção. “É interessante ver como a montagem de pedaços de tecidos, com linha e costura, traz uma sensação muito boa quando tudo fica pronto. São vários pequenos pedaços que vão sendo cuidadosamente unidos para montar o todo, como acontece com as abelhas quando montam a colmeia. Ninguém consegue imaginar como tudo se torna grandioso no palco e nem qual será a sensação que passará para o público, e aí é que está a grandiosidade e beleza do cenário”.

Esta é a terceira vez que Adriana trabalha em uma produção do Balé Teatro Guaíra. Seus trabalhos anteriores foi em o Quebra - Nozes e Copelius. Como cenógrafa já trabalhou em espetáculos da Escola de Dança Teatro Guaíra e para Escola do Balé Bolshoi de Joinville. (J.)

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